Sobre mim ...
Helder José Cabrita Simões Neto, 62 anos, natural de Albufeira, cedo evidenciei um talento especial para a escrita, que foi aperfeiçoando à medida que frequentava a escola até ao antigo sétimo ano de escolaridade, o equivalente ao atual 12.º ano. Contributos decisivos para a minha caminhada foram a leitura e o convívio com outros autores, a troca de impressões, críticas e opiniões, conhecimentos e experiências que ajudaram-me a crescer, filho de gente humilde ligada à panificação. “A partir dos 19 anos, trabalhei e estudei ao mesmo tempo, antes de ir para a tropa e ser mobilizado para Angola, para combater na Guerra Colonial”.
Regressado ao Algarve, trabalhei na hotelaria e mais tarde abriu uma papelaria, mas a escrita nunca foi posta de parte, mesmo sabendo que não poderia tornar-se um meio de vida a tempo inteiro. “Portugal praticamente não tem escritores profissionais, tirando o António Lobo Antunes, que abandonou a sua carreira de médico para se dedicar só à escrita. Fiz um trabalho de poesia durante mais de 20 anos, mas era apenas um hobbie, que em 1983-84 participei nas coletâneas Madrugada 3 e 4 e, em 1984, publiquei «Retalhos do Infinito». Em 1987 fiz parte da «Antologia Nacional da Minerva», em 1990, da «VII Antologia de Poesia Contemporânea» e, em 1998, da «Antologia de homenagem dos poetas portugueses aos 100 anos de Federico Garcia Lorca», ano em que editei igualmente «Pontos...poéticos».
Mais de duas décadas de uma poesia de intervenção social, de pensamento filosófico, de procura de respostas, de um sentido para a vida. Poesia com conteúdo e mensagem que faça o leitor pensar sobre a sua existência, de quem é e para onde vai, intemporal mas baseada nas crises sociais que as pessoas vivem, numa morte não física, que não é simplesmente um fim, que pode ser o início para algo mais, que os portugueses eram mais sensíveis e interessados pela cultura, hoje, só se pensa nas contas que há para pagar, nos problemas do dia-a-dia. As pessoas fecham-se nas suas existências e vão muito menos aos eventos, porque entendem que essas situações não fazem falta. O importante é pagar a água e a luz, ver as telenovelas e estar na internet.
Depois da poesia, decidi experimentar a prosa e concebi uma peça de teatro por ocasião de um evento em Albufeira sobre os antigos combatentes, ainda no século passado. “Foi uma história de guerra, de choque social, da morte dos nossos camaradas, do que andamos lá a fazer”, recordo, com a Guerra Colonial a ser novamente o centro do meu primeiro romance. “Abordava um percurso alternativo ao caos que aconteceu na realidade, em que ninguém sabia o que fazer com a «criança» que tinha nas mãos e acabou-se por «atirá-la ao poço» sem necessidade”.
Em tom mais ligeiro seguiu-se «Fábula sobre animais», um livro de contos, mas a obra agora editada regressa aos assuntos mais sérios. De facto, a história de «Paraíso Armadilhado» começa nos anos 30, no Portugal de Salazar, altura em que a PIDE calava a boca de todos aqueles que se manifestavam contra o estado da nação e os seus governantes. No romance, Lima das Neves expressa de forma ousada o que pensava e, na contingência de ser detido, é obrigado a fugir para África e começa uma nova vida em Angola. “As diferenças, até a nível politico, da vida do Continente e de Angola são tão grandes que o fazem pensar ter encontrado o Paraíso e sente-se a cada dia mais encantado por estar a viver em terras de África. Lá conhece a mulher com quem casa e têm filhos e a ação decorre entre África, Lisboa e Paris, com espionagem, intriga, trama, suspense e um final inesperado”.
Mais de duas décadas de uma poesia de intervenção social, de pensamento filosófico, de procura de respostas, de um sentido para a vida. Poesia com conteúdo e mensagem que faça o leitor pensar sobre a sua existência, de quem é e para onde vai, intemporal mas baseada nas crises sociais que as pessoas vivem, numa morte não física, que não é simplesmente um fim, que pode ser o início para algo mais, que os portugueses eram mais sensíveis e interessados pela cultura, hoje, só se pensa nas contas que há para pagar, nos problemas do dia-a-dia. As pessoas fecham-se nas suas existências e vão muito menos aos eventos, porque entendem que essas situações não fazem falta. O importante é pagar a água e a luz, ver as telenovelas e estar na internet.
Depois da poesia, decidi experimentar a prosa e concebi uma peça de teatro por ocasião de um evento em Albufeira sobre os antigos combatentes, ainda no século passado. “Foi uma história de guerra, de choque social, da morte dos nossos camaradas, do que andamos lá a fazer”, recordo, com a Guerra Colonial a ser novamente o centro do meu primeiro romance. “Abordava um percurso alternativo ao caos que aconteceu na realidade, em que ninguém sabia o que fazer com a «criança» que tinha nas mãos e acabou-se por «atirá-la ao poço» sem necessidade”.
Em tom mais ligeiro seguiu-se «Fábula sobre animais», um livro de contos, mas a obra agora editada regressa aos assuntos mais sérios. De facto, a história de «Paraíso Armadilhado» começa nos anos 30, no Portugal de Salazar, altura em que a PIDE calava a boca de todos aqueles que se manifestavam contra o estado da nação e os seus governantes. No romance, Lima das Neves expressa de forma ousada o que pensava e, na contingência de ser detido, é obrigado a fugir para África e começa uma nova vida em Angola. “As diferenças, até a nível politico, da vida do Continente e de Angola são tão grandes que o fazem pensar ter encontrado o Paraíso e sente-se a cada dia mais encantado por estar a viver em terras de África. Lá conhece a mulher com quem casa e têm filhos e a ação decorre entre África, Lisboa e Paris, com espionagem, intriga, trama, suspense e um final inesperado”.